sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Como tudo começou

Eu não me lembro qual foi a primeira vez que eu acampei. Só sei que durante toda a minha infância foi assim: nas férias ou em feriados, meus pais carregavam o carro e levavam minha irmã e eu para um camping. Quando dei por mim, já era campista!

Era a década de 80 e viajar não era tão fácil e barato como hoje, então a solução era acampar. Nós éramos sócios do CCB (Camping Clube do Brasil) e vivemos seus tempos áureos, quando precisávamos viajar uma semana antes do feriadão só para montar a barraca e deixar ela lá para guardar o lugar. Era isso ou não conseguir vaga no feriado. A fila para o banho era tão grande que levávamos banquinho. E quando minha mãe queria folga do fogão, o almoço era o "prato camping" da cantina.
 
A gente acampava com a tralha toda! A primeira barraca que eu me lembro de ter dormido foi a Capri para 7 Pessoas, ela era muito comprida (ou eu é que era muito pequena), com uma cozinha e um corredor com três quartos, um ao lado do outro. Os quartos era conectados, a gente podia levantar as paredes de pano e passar de um para o outro. No site da MaCamp achei uma foto de uma parecida:

Foto retirada do site MaCamp


Depois passamos para a clássica Capri Belvedere 5 Pessoas, de dois quartos, que nos acompanhou por muitas viagens. 

Foto retirada de um anúncio na internet

Nessa época também adquirimos uma Canadense, para acampadas mais rápidas, e, mais para frente, conforme a gente foi crescendo e a barraca diminuindo, uma IglCapri moderníssima, onde meu pai dormia.

Foto retirada do site MaCamp. A mesa também era como a nossa.


  
Foto retirada da internet. A nossa era parecida, mas as varetas eram brancas, não sei dizer o material.

Bom mesmo foi quando compramos a Alba Casa Grande, que era exatamente isso: uma grande casa de ferro e tecido, com 3 quartos espaçosos! Era difícil arrumar um bom lugar para ela e mais difícil ainda era a montagem. Mas era uma beleza de barraca!

Anúncio retirado da internet. A nossa era de outra cor, não achei foto para postar.

Nós fazíamos todas as refeições na barraca. Até panela de pressão para cozinhar feijão minha mãe levava! Tínhamos uma mesa de madeira para o fogão com armários de pano e uma outra de refeição com banquetas; as mesas se fechavam como uma mala. Também tínhamos um freezer e uma sapateira de parede, daquelas de nylon, que usávamos para guardar coisinhas. Os colchonetes eram de espuma, os cobertores de lã e tudo isso ia na carretinha.

Nas férias, acampávamos no sul (Canela, Florianópolis, Foz, Curitiba...) ou no nordeste (Prado, Porto Seguro, Ilhéus...). Nos feriadões, ficávamos pelo sudeste (Ouro Preto, Guarapari, Araruama, Serrinha do Alambari...). O Carnaval era sempre em Cabo Frio (RJ) e a Páscoa, em Mury (RJ).

Alguns tios meus também acampavam, então posso dizer que tive férias incríveis com meus primos! A gente subia em árvore, escalava pedras, tomava banho de piscina, de mar, de cachoeira, caçava sapo e vagalume, fazia trilha, pistas de corrida de chapinha, caça ao tesouro, trocávamos de nome, enfim, só aventuras! Eram tantas brincadeiras que só aparecíamos na barraca quando a fome apertava.

Aos poucos, lá pelos meados da década de 90, as coisas foram mudando. Minha irmã e eu crescemos e passamos a ter nossos próprios compromissos, o CCB foi decaindo, minha mãe foi desanimando de arrumar aquela tralha toda, e viajar de avião e se hospedar em pousadas foi ficando mais fácil e barato. Nossa última grande viagem acampando foi para o sul, em 1996. Mas de vez em quando meus pais ainda alugavam um trailer no camping de Mury.

E assim, devagarinho, fomos parando de acampar. Continuamos viajando, mas as nossas hospedagens passaram a ser em pousadas e hotéis. Até que no ano de 2012, já casada, resolvi me aventurar novamente e voltar a acampar!

Então esse blog é para publicar meus relatos de turismo e campismo. É um diário aberto das minhas viagens, para registrar minhas memórias e, quem sabe, contribuir com dicas para quem também quiser se aventurar por aí.

Mando notícias!
Beijos!
Beta